O estudo Os EUA em busca de uma Nova Guerra Fria: uma perspectiva socialista, reúne artigos de especialistas em geopolítica e está disponível para download no site do Instituto Tricontinental de Pesquisa Social, em português.
O mundo assiste atualmente a uma escalada militar, econômica e política dos Estados Unidos e seus aliados ocidentais contra Rússia e China.
Os Estados Unidos procuram impedir o processo de integração eurasiana que ameaça a primazia das elites euro-atlânticas, buscam a supremacia nuclear global e usam qualquer meio para “enfraquecer” tanto a Rússia quanto a China, mesmo correndo o risco de destruir o planeta.
Esse cenário é analisado em três ensaios de um novo estudo Os EUA em busca de uma Nova Guerra Fria: uma perspectiva socialista, lançado na terça-feira (13), para tratar dessas tendências de longo prazo que se manifestaram agora no conflito entre Rússia e Ucrânia.
O primeiro artigo, escrito pelo editor da revista Monthly Review John Bellamy Foster, cataloga a teoria da “dominação por escalada” do establishment estadunidense, que está disposto a encarar os riscos de um inverno nuclear — ou seja, a aniquilação — para manter sua supremacia.
Já a jornalista Deborah Veneziale, em seu artigo, escava o mundo social do militarismo nos Estados Unidos, o mundo íntimo dos think tanks e das empresas de produção de armas, dos políticos e seus escribas, e observa como as várias frações da elite política deste país se uniram para apoiar essa estratégia de confronto contra a Rússia e a China.
Por último, John Ross, membro do coletivo No Cold War, escreve que, com o conflito na Ucrânia, os Estados Unidos intensificaram qualitativamente seu ataque militar ao planeta. Esta guerra é perigosa porque mostra que eles estão dispostos a confrontar diretamente a Rússia, uma grande potência, e a intensificar seu conflito com a China “ucranizando” Taiwan. A única coisa capaz de frear os Estados Unidos, argumenta Ross, é a resiliência da China e seu compromisso em defender sua soberania e seu projeto e o crescente descontentamento no Sul Global contra a imposição dos objetivos da política externa estadunidense.
Fonte: Instituto Tricontinental de Pesquisa Social.