As alterações à Lei de Cotas aprovadas pela Câmara dos Deputados foram avaliadas de forma positiva por pesquisadores/as e especialistas que vêm acompanhando o tema das ações afirmativas.
A Câmara dos Deputados aprovou no dia 9 de agosto de 2023 o projeto de lei (PL 5.384 de 2020), originalmente proposto pela deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) e outros autores, o PL foi aprovado com o texto do substitutivo da relatora, a deputada Dandara Tonantzin (PT-MG). O projeto revisa e torna definitiva a política de cotas para acesso a universidades e instituições federais para estudantes pretos, pardos, indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência, além de alunos que cursaram integralmente o ensino médio em escolas públicas. A proposta aprovada segue para a análise do Senado.
O texto altera a lei 12.711 de 2021, conhecida como Lei de Cotas, sancionada em 29 de agosto de 2012 no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), à época a legislação tinha validade de 10 anos. O projeto aprovado pelos deputados estabelece que a cada 10 anos seja promovida a avaliação do programa de cotas. O programa de ações afirmativas das instituições federais de ensino superior e técnico terá ajustes nas regras do vestibular e os candidatos cotistas concorrerão, inicialmente, às vagas de ampla concorrência. Se não alcançarem as notas para as vagas nesta modalidade, irão então concorrer às vagas reservadas pela legislação. Outras mudanças da proposta são a inclusão de quilombolas na previsão de reserva de vagas e a determinação que instituições de ensino superior promovam ações afirmativas na pós-graduação.
Pelo texto aprovado, o Ministério da Educação também deverá divulgar, anualmente, relatório com informações sobre o programa de cotas, que informem, pelo menos, dados sobre o acesso, permanência e conclusão dos alunos beneficiários e não beneficiários do programa de reserva de vagas.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, ela própria uma beneficiária do sistema de cotas quando foi estudante da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), acompanhou presencialmente a sessão plenária da Câmara.