Apresentação do livro “Enfrentando o Antropoceno”, de Ian Angus, publicado pela Editora Boitempo. Livro recém-lançado joga luz sobre aspectos centrais do conceito. Sua origem, na Rússia soviética.  Seria a Terra um sistema integrado? O nexo entre capitalismo e limites do planeta. Caminhos para uma alternativa.

 

Por John Bellamy Foster

Pois é porque somos mantidos na ignorância sobre a natureza da
sociedade humana – em oposição à natureza em geral – que agora nos
deparamos (assim me asseguram os cientistas envolvidos) com a completa
destrutibilidade deste planeta que mal foi adaptado para vivermos nele.
Bertolt Brecht1

O Antropoceno, considerado o novo período geológico após o Holoceno, que durou de 10 mil a 12 mil anos, representa o que tem sido chamado de “ruptura antropogênica” na história do planeta2. Formalmente introduzido na discussão científica e ambiental pelo climatologista Paul Crutzen em 2000, resume a ideia de que os seres humanos se tornaram a principal força geológica emergente que hoje afeta o futuro do sistema terrestre. Embora muitas vezes seja datado da Revolução Industrial (fim do século XVIII), o surgimento do Antropoceno remonta mais precisamente ao fim da década de 1940 e ao início da década de 1950. Evidências científicas recentes sugerem que houve um pico por volta de 1950, marcando uma Grande Aceleração do impacto humano sobre o meio ambiente, e o traço estratigráfico mais dramático da ruptura antropogênica encontra-se na precipitação de radionuclídeos provenientes dos testes com armas nucleares3.

Desse ponto de vista, podemos entender que o Antropoceno corresponde mais ou menos à ascensão do movimento ambientalista moderno, que começou com os protestos liderados por cientistas contra os testes nucleares realizados acima do solo, após a Segunda Guerra Mundial, e emergiria como um movimento mais amplo após a publicação de Primavera silenciosa*, de Rachel Carson, em 1962. O livro de Carson logo foi seguido pelos primeiros alertas de cientistas soviéticos e estadunidenses de que haveria um aquecimento global acelerado e irreversível4. Essa inter-relação dialética entre a aceleração em direção ao Antropoceno e a aceleração de um imperativo ambientalista radical como resposta constitui o tema central deste maravilhoso livro de Ian Angus. Sua capacidade de apresentar insights sobre o Antropoceno como um novo nível de interação entre a sociedade e a natureza trazido pela mudança histórica – e como os novos imperativos ecológicos que ele gera tornaram-se a questão central com que nos defrontamos neste século XXI – é que torna Enfrentando o Antropoceno tão indispensável.

Hoje parece plausível que o Antropoceno seja associado pela ciência ao período pós-Segunda Guerra Mundial. No entanto, como em todos os grandes pontos de inflexão da história, houve pequenos picos em estágios anteriores desse longo caminho desde a Revolução Industrial. Isso reflete o que o filósofo marxista István Mészáros chama de “dialética de continuidade e descontinuidade”, que caracteriza todos os novos desenvolvimentos emergentes na história5. Embora o conceito de Antropoceno só tenha sido estabelecido plenamente com a concepção científica moderna do sistema terrestre e que se considere cada vez mais que sua base física é a Grande Aceleração, ocorrida após a Segunda Guerra Mundial, ele foi prefigurado por pensadores focados nas dramáticas mudanças da interface homem-ambiente provocadas pela ascensão do capitalismo, como a Revolução Industrial, a colonização do mundo e a era dos combustíveis fósseis.

Essa “natureza que precede a história humana […] é uma natureza que hoje em dia, salvo talvez em recentes formações de ilhas de corais australianas, não existe mais em lugar nenhum”, observaram Karl Marx e Friedrich Engels já em 18456. Visões semelhantes foram apresentadas, em 1864, por George Perkins Marsh, em Man and Nature [“Homem e natureza”], dois anos antes de Ernst Haeckel cunhar a palavra “ecologia” e três anos antes de Marx publicar o Livro I de O capital, no qual adverte sobre a ruptura metabólica na relação humana com a Terra7.

No entanto, só no último quarto do século XIX e no início do século XX surgiu o conceito-chave de biosfera – a partir do qual se desenvolveria a noção moderna do sistema terrestre –, principalmente com a publicação de A biosfera, do geoquímico soviético Vladímir I. Vernádski, em 1926. “É notável”, escreveram Lynn Margulis e Dorion Sagan em O que é vida?, “que Vernádski tenha desmontado a rígida fronteira entre os organismos vivos e um ambiente não vivo, retratando globalmente a vida antes que um único satélite tivesse enviado fotografias da Terra em sua órbita”8.

O aparecimento do livro de Vernádski coincidiu com a primeira introdução da designação Antropoceno (juntamente com Antropogênico) por seu colega, o geólogo soviético Aleksei Pávlov, que a utilizou para se referir a um novo período geológico no qual a humanidade era o principal motor da mudança geológica planetária. Como observou Vernádski, em 1945:

Partindo da noção do papel geológico do homem, o geólogo Aleksei Pávlov (1854-1929), nos últimos anos de sua vida, costumava falar da era antropogênica, na qual vivemos agora […]. Enfatizou com razão que o homem, bem diante de nossos olhos, está se tornando uma força geológica poderosa e cada vez maior […]. No século XX, o homem, pela primeira vez na história da Terra, conheceu e abraçou toda a biosfera, completou o mapa geográfico do planeta e colonizou toda a sua superfície9.

Na década de 1920, ao mesmo tempo que Vernádski desenvolvia seu trabalho sobre a biosfera, o bioquímico soviético Aleksandr I. Oparin e o biólogo socialista britânico J. B. S. Haldane desenvolveram de maneira independente a teoria da origem da vida, conhecida como “teoria da sopa primordial”. Como resumiram os biólogos de Harvard Richard Levins e Richard Lewontin, a vida surgiu originalmente da matéria inanimada [que Haldane descreveu como uma “sopa quente diluída”], mas essa origem tornou impossível sua ocorrência contínua, porque os organismos vivos consomem as moléculas orgânicas complexas necessárias para recriar a vida de novo. Além disso, a atmosfera redutora [sem oxigênio livre] que existia antes do início da vida foi convertida pelos próprios organismos vivos em uma atmosfera rica em oxigênio reativo.

Assim, a teoria Oparin-Haldane explicou pela primeira vez como a vida pode ter se originado da matéria inorgânica e por que o processo não pode se repetir. Igualmente significativo é que a vida, surgindo dessa forma há bilhões de anos, pode ser vista como a criadora da biosfera no interior de um complexo processo de coevolução10.

Foi Rachel Carson, em seu histórico discurso de 1963, “Our Polluted Environment” [Nosso ambiente poluído], no qual apresentou o conceito de ecossistema ao público dos Estados Unidos, que transmitiu de forma mais eloquente essa perspectiva ecológica integrada e a necessidade de a levarmos em consideração em todas as nossas ações. Diz ela:

Desde o início do tempo biológico, a interdependência entre o ambiente físico e a vida que ele sustenta é a mais estreita possível. As condições da jovem Terra produziram vida, e a vida modificou imediatamente as condições da Terra, de modo que esse ato único e extraordinário de geração espontânea não poderia se repetir. De uma forma ou de outra, desde então há ação e interação entre a vida e seu entorno.

Esse fato histórico tem, penso eu, um significado muito além do acadêmico. Quando o aceitamos, vemos por que não podemos, com impunidade, atacar repetidamente o meio ambiente como fazemos hoje. Todo estudioso sério da história da Terra sabe que nem a vida nem o mundo físico que a sustenta existem em pequenos compartimentos isolados. Ao contrário, reconhece a extraordinária unidade entre os organismos e o meio ambiente. Por isso sabe que substâncias nocivas lançadas no meio ambiente com o tempo voltarão para criar problemas para a humanidade.

O ramo da ciência que trata dessas inter-relações é a ecologia […]. Não podemos pensar no organismo vivo isolado nem podemos pensar no ambiente físico como uma entidade separada. Os dois existem juntos, cada um agindo sobre o outro para formar um complexo ecológico ou ecossistema11.

No entanto, apesar da visão ecológica integrada apresentada por figuras como Carson, os conceitos de biosfera e ciclos biogeoquímicos de Vernádski foram por muito tempo subestimados no Ocidente por causa da perspectiva reducionista que prevalecia no ambiente científico e da origem soviética desses conceitos. As obras científicas soviéticas eram conhecidas dos cientistas ocidentais, e muitas foram traduzidas por editoras científicas e até mesmo pelo governo dos Estados Unidos durante a Guerra Fria – mas, inexplicavelmente, A biosfera, de Vernádski, não fora traduzida para o inglês até 1998. E isso era necessário, porque em alguns campos, como o da climatologia, os cientistas soviéticos estavam bem à frente de seus colegas estadunidenses. No entanto, o intercâmbio científico mais amplo, capaz de superar a divisão da Guerra Fria, raramente chegava ao público em geral, cujo conhecimento das realizações soviéticas nessas áreas era quase inexistente. Ideologicamente, portanto, o conceito de biosfera parece ter caído, há muito tempo, numa espécie de interdito.

Ainda assim, a biosfera ocupou o centro do palco em 1970, com uma edição especial da Scientific American sobre o assunto12. Nesse mesmo ano, em The Closing Circle [“O círculo que se fecha”], o biólogo socialista Barry Commoner fez um alerta sobre as grandes mudanças na relação dos seres humanos com o planeta, a começar pela idade atômica e pelos desenvolvimentos da química sintética. Commoner resgatou o alerta precoce de Marx sobre a ruptura ambiental dos ciclos da vida causada pelo capitalismo quando o filósofo alemão discutiu a ruptura no metabolismo do solo13.

Dois anos depois, Evguiéni K. Fiódorov, um dos principais climatologistas do mundo e membro do Presidium do Soviete Supremo, bem como o principal apoiador da análise de Commoner (ele escreveu os “Comentários finais” da edição russa de The Closing Circle), declarou que o mundo precisava abandonar os combustíveis fósseis: “O aumento da temperatura da Terra é inevitável se não nos limitarmos ao uso da radiação solar direta, da energia hidráulica das ondas e da energia eólica como fontes de energia e [se continuarmos a] obter energia de [combustíveis] fósseis ou reações nucleares”14. Para Fiódorov, a teoria de Marx sobre o “metabolismo entre as pessoas e a natureza” constituía a base metodológica para uma abordagem ecológica da questão do sistema terrestre15.

Foi nas décadas de 1960 e 1970 que os climatologistas da União Soviética e dos Estados Unidos encontraram, pela primeira vez, “evidências”, nas palavras de Clive Hamilton e Jaques Grinevald, de um “metabolismo mundial”16. A ascensão da análise do sistema terrestre nas décadas seguintes foi também fortemente impactada pela extraordinária visão exterior propiciada pelas primeiras missões espaciais. Howard Odum, uma das principais figuras da formação da ecologia dos sistemas, escreveu em Environment, Power and Society [“Meio ambiente, poder e sociedade”]:

Podemos construir uma visão sistêmica do planeta a partir do ponto de vista macroscópico do astronauta fora da Terra. De um satélite em órbita, a zona viva parece muito simples. A fina camada banhada de água e ar que recobre a Terra – a biosfera – é limitada internamente por sólidos densos e externamente pelo vácuo quase perfeito do espaço sideral […]. Do céu é fácil falar de equilíbrios gasosos, balanços de energia por milhões de anos e da magnífica simplicidade do metabolismo geral da fina camada externa da Terra. Com exceção do fluxo de energia, a geobiosfera é, em grande parte, um sistema fechado em que materiais são reciclados e reutilizados17.

“O mecanismo de supercrescimento” que ameaça esse “metabolismo geral”, prossegue Odum, “é o capitalismo”18. Portanto, o conceito atual de Antropoceno reflete, de um lado, o crescente reconhecimento do papel cada vez mais acelerado dos motores antropogênicos na ruptura dos processos biogeoquímicos e dos limites planetários do sistema terrestre e, de outro, um aviso terrível de que o mundo, no atual estado de coisas, está sendo catapultado para uma nova fase ecológica – menos propícia à manutenção da diversidade biológica e de uma civilização humana estável.

A união desses dois aspectos do Antropoceno – variavelmente definidos como geológico e histórico, natural e social, clima e capitalismo – em uma visão única e integrada é a principal conquista de Enfrentando o Antropoceno. Angus mostra que o “capitalismo fóssil”, se não for parado, será um trem desgovernado que levará ao apartheid ambiental global e ao que o grande historiador marxista E. P. Thompson chamou de o ameaçador estágio histórico do “exterminismo”, no qual as condições de existência de milhões ou talvez bilhões de pessoas serão destruídas e a própria base da vida como a conhecemos hoje ficará sob ameaça. A origem de tudo isso é o que Odum chamou de “capitalismo imperial”, pondo em risco a vida das populações mais vulneráveis do planeta em um sistema de desigualdade mundial forçada19.

De acordo com Angus, esses são os perigos para os quais somente uma abordagem nova e radical da ciência social (e, portanto, da própria sociedade) – uma abordagem que leve a sério a advertência de Carson de que, se destruirmos os processos vivos da Terra, eles “com o tempo voltarão” para nos assombrar – tem as respostas de que precisamos no Antropoceno. Quando falamos de uma mudança tão urgente, “amanhã é tarde demais”20.

No entanto, a ciência social dominante, que serve à ordem social dominante e a seus estratos dominantes, até agora só conseguiu obscurecer essas questões, colocando todo o seu peso em medidas de melhoria aliadas a soluções mecanicistas, como mercados de carbono e geoengenharia – como se a resposta à crise do Antropoceno fosse estritamente econômica e tecnológica e compatível com a expansão da hegemonia do capital sobre a Terra e seus habitantes – e isso apesar de o atual sistema de acumulação de capital estar na raiz da crise. O resultado é fazer com que o mundo corra um perigo ainda maior. Temos de reconhecer que é a lógica de nosso modo de produção – o capitalismo – que impede a criação de um mundo de desenvolvimento humano sustentável que transcenda o desastre em espiral que aguarda a humanidade. Para nos salvar, devemos criar uma lógica socioeconômica diferente, que aponte outros fins humano-ambientais: uma revolução ecossocialista da qual participe a grande massa da humanidade.

Mas uma mudança tão radical não seria muito arriscada? Não haveria grandes lutas e sacrifícios em qualquer tentativa de derrubar o sistema vigente de produção e uso de energia em resposta ao aquecimento global? Existe alguma garantia de que seríamos capazes de criar uma sociedade de desenvolvimento humano sustentável, tal qual imaginam ecossocialistas como Ian Angus? Não seria melhor errar pelo negacionismo que pelo catastrofismo? Não deveríamos pensar melhor antes de agir nesse nível?

Aqui é útil citar o didático poema do grande dramaturgo e poeta alemão Bertolt Brecht, “A parábola de Buda sobre a casa em chamas”:

Buda ainda estava sentado sob o pé de fruta-pão e aos outros,
Aos que não lhe pediram [garantias], contou esta parábola:
“Há pouco tempo vi uma casa. Estava em chamas. A chama
Lambia o telhado. Cheguei mais perto e vi
Que ainda havia pessoas dentro dela. Cheguei à porta e avisei
Que o telhado estava em chamas, insistindo
Para que saíssem de uma vez. Mas as pessoas
Não pareciam ter pressa. Uma delas,
Enquanto o calor já queimava suas sobrancelhas,
Perguntou-me como estava lá fora, se não estava chovendo,
Se o vento não estava soprando, se por acaso havia
Outra casa para eles e coisas desse tipo. Sem responder,
Saí novamente. Essas pessoas, pensei,
Têm de queimar até a morte para pararem de fazer perguntas.
E, em verdade, amigos,
Quem ainda não sente tanto calor no assoalho que de bom grado
O troque por outro, em vez de ficar onde está, a tal homem
Não tenho nada a dizer”. Gautama, o Buda

O capitalismo e o ambiente global alienado que ele produziu constituem hoje nossa “casa em chamas”. Os ambientalistas tradicionais, confrontados com esse dilema monstruoso, em geral optam por apenas contemplá-lo, observando e fazendo pequenos ajustes em seu ambiente interno enquanto as chamas lambem o telhado e toda a estrutura ameaça desabar. Nosso objetivo, no entanto, é transformá-lo, é reconstruir a casa da civilização a partir de princípios arquitetônicos diferentes, criando um metabolismo mais sustentável entre a humanidade e a Terra. O nome do movimento para alcançar isso, surgido dos movimentos socialistas e ambientalistas radicais, é ecossocialismo, e este livro é seu manifesto mais atual e eloquente.

1 Bertolt Brecht, Brecht on Theatre (Nova York, Hill and Wang, 1964), p. 275.

2 Clive Hamilton e Jacques Grinevald, “Was the Anthropocene Anticipated?”, Anthropocene Review, 2015, p. 67.
3 Paul J. Crutzen e Eugene F. Stoermer, “The Anthropocene”, Global Change Newsletter, n. 41, 2000; Paul J. Crutzen, “Geology of Mankind”, Nature, v. 415, n. 3, 2002 [ed. port.: Paul J. Crutzen, “Geologia da humanidade”, trad. João Ribeiro Mendes

* Rachel Carson, Primavera silenciosa (trad. Claudia Sant’Anna Martins, São Paulo, Gaia, 2010). (N. E.)

4 Spencer Weart, “Interview with M. I. Budyko: Oral History Transcript”, 25 mar. 1990, disponível on-line; Mikhail Ivánovitch Budyko, “Polar Ice and Climate”, em Joseph O. Fletcher, B. Keller e S. M. Olenicoff (orgs.), Soviet Data on the Arctic Heat Budget and Its Climatic Influence (Santa Monica, Rand Corporation, 1966); William D. Sellars, “A Global Climatic Model Based on the Energy Balance of the Earth Atmosphere System”, Journal of Applied Meteorology, n. 8, 1969; Mikhail Ivánovitch Budyko, “Comments”, Journal of Applied Meteorology, v. 9, n. 2, 1970, p. 310.

5 István Mészáros, The Power of Ideology (Nova York, New York University Press, 1989), p. 128 [ed. bras.: O poder da ideologia, trad. Magda Lopes e Paulo Cezar Castanheira, São Paulo, Boitempo, 2014].

6 Karl Marx e Friedrich Engels, Collected Works (MECW), v. 5 (Nova York, International Publishers, 1975-2004), p. 40 [ed. bras.: A ideologia alemã, trad. Rubens Enderle, Nélio Schneider e Luciano Cavini Martorano, São Paulo, Boitempo, 2007, p. 32].

7 George P. Marsh, Man and Nature, or Physical Geography as Modified by Human Action (Nova York, Charles Scribner, 1864; reimp. Man and Nature, Cambridge, Harvard University Press, 1965); Frank Benjamin Golley, A History of the Ecosystem Concept in Ecology (New Haven, Yale University Press, 1993); Karl Marx, Capital, v. 1 (Harmondsworth, Penguin, 1976), p. 636-9; v. 3 (Harmondsworth, Penguin, 1981), p. 949 [ed. bras.: O capital, Livros I e III, trad. Rubens Enderle, São Paulo, Boitempo, 2013-2017]

8 Lynn Margulis e Dorion Sagan, What Is Life? (Nova York, Simon and Schuster, 1995), p. 47 [ed. bras.: O que é vida?, trad. Vera Ribeiro, Rio de Janeiro, Zahar, 2002]; Vladímir I. Vernádski, The Biosphere (Nova York, Springer, 1998) [ed. bras.: Biosfera, Rio de Janeiro, Dantes, 2019]. O conceito de biosfera foi introduzido originalmente pelo geólogo francês Edward Suess, em 1875, e depois desenvolvido por Vernádski, por isso ficou associado a ele.

9 Vladímir I. Vernádski, “Some Words about the Noösphere”, em Jason Ross (org.), 150 Years of Vernádski, v. 2: The Noösphere (Washington, 21st Century Science Associates, 2014), p. 82; E. V. Shantser, “The Anthropogenic System (Period)”, em Great Soviet Encyclopedia, v. 2 (Nova York, Macmillan, 1973), p. 140. A palavra “antropoceno” apareceu em inglês pela primeira vez em 1973, no verbete de Shantser na Great Soviet Encyclopedia

10Richard Levins e Richard Lewontin, The Dialectical Biologist (Cambridge, Harvard University Press, 1985), p. 277; Aleksandr I. Oparin, “The Origin of Life” e John B. S. Haldane, “The Origin of Life”, em John D. Bernal, The Origin of Life (Nova York, World Publishing, 1967), p. 199-234 e p. 242-9

11 Rachel Carson, Lost Woods (Boston, Beacon, 1998), p. 230-1.

12 Ver G. Evelyn Hutchinson, “The Biosphere”, Scientific American, v. 233, n. 3, 1970, p. 45-53.

13 Barry Commoner, The Closing Circle: Nature, Man, and Technology (Nova York, Knopf, 1971), p. 45-62, p. 138-75, p. 280.

14 Evguiéni K. Fiódorov, citado em Virginia Brodine, Green Shoots, Red Roots (Nova York, International Publishers, 2007), p. 29. Ver também Evguiéni K. Fiódorov, Man and Nature (Nova York, International Publishers, 1972), p. 29-30; John Bellamy Foster, “Late Soviet Ecology and the Planetary Crisis”, Monthly Review, v. 67, n. 2, 2015, p. 9; Mikhail Ivánovitch Budyko, The Evolution of the Biosphere (Boston, D. Reidel, 1986), p. 406. Os sérios alertas de figuras proeminentes como Fiódorov para que houvesse uma resposta mais rápida e radical do Estado soviético aos problemas ambientais foram amplamente ignorados, com resultados trágicos.

15 Evguiéni K. Fiódorov, Man and Nature, cit., p. 146.

16 Clive Hamilton e Jacques Grinevald, “Was the Anthropocene Anticipated?”, cit., p. 64.

17 Howard T. Odum, Environment, Power, and Society for the Twenty-First Century (Nova York, Columbia University Press, 2007), p. 3.

18 Ibidem, p. 263.

19 Edward P. Thompson, Beyond the Cold War (Nova York, Pantheon, 1982), p. 41-80;

20 Rolf Edburg e Alexei Yablokov, Tomorrow Will Be Too Late (Tucson, University of Arizona Press, 1991).

 

Fonte: Outras Palavras.

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