Por Elaine Behring
Nos últimos dias, a serpente saiu do ovo no Brasil, explícita e vociferante, destilando todo o seu veneno, todo o seu ódio. Desde a eleição de um governo neofascista e que encontra apoio social significativo, infelizmente unindo setores da classe trabalhadora dilacerados pela crise e/ou convencidos pelos mercadores da fé e uma burguesia brasileira pragmática em busca dos benefícios da superexploração da força de trabalho precarizada, temos sido testados diuturnamente quanto à garantia das liberdades democráticas no Brasil. O fato é que estamos diante de elementos novos e inéditos nessa escalada antidemocrática, desde o golpe de Estado de novo tipo de 2016. Leia o artigo na íntegra. Fonte: Esquerda Online.
Do que (não) falamos quando (não) falamos do racismo?
Entrevista: Kiusam de Oliveira – “O racismo é uma doença que está entranhada nas vísceras da sociedade. Como visto até agora, é um problema que é maior do que a obra do Monteiro Lobato para crianças, muito embora ela seja parte constituinte dele e indutora de questões que já são pautas e debates no combate ao racismo. O cumprimento da Lei 10.639/03 (atualizada em 11.645/08), que inclui o estudo da História da África e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à história do Brasil é um caminho pensando no acesso a outros tipos de narrativas e visões da história para a construção de um imaginário de nação mais completo”. Leia a entrevista na íntegra. Débora dos Santos | Fonte: Blog da Letrinhas.
Racismo estrutural: onde fica o Direito?
Por Vera Lúcia Santana Araújo – Debruçar sobre as disfunções operacionais do entrelaçamento do direito com a funcionalidade do racismo estrutural é tarefa inadiável. É histórica a construção de hierarquias sociais através da instituição de critérios que atribuem distintas ocupações de lugares, espaços de falas e silêncios, sendo certo que os referenciais de raça e de gênero constituem pilares de desigualdades que perpassam séculos, povos, e aqui destacaremos a identidade racial para iniciar debate que se pretende profundo, fraterno e construtivo sobre o racismo estrutural no Brasil, e suas interfaces notadamente com o mundo jurídico. Leia o artigo na íntegra. Fonte: Alma Preta.
A urgência de outras visões sobre as juventudes negras no Brasil
Este texto visa estimular outras leituras e pesquisas sobre as Juventudes Negras brasileiras. Nessa perspectiva, valendo-se dos pressupostos da crítica decolonial, questionamos os pensamentos analíticos/críticos sobre a Sociologia da Juventude que insistem em reproduzir experiências sociais negativas que determinam e disseminam representações estereotipadas dos jovens negros. Assim, a ideia de Juventudes Negras no plural é apresentada para ressaltar suas diversidades, bem como são seus repertórios. Questionamos ainda as representações veiculadas no país que não retratam a totalidade das experiências deste segmento. Desse modo, as definições que associam esta parcela da juventude a um passado escravocrata e a associa aos indicadores de vulnerabilidades sociais, especialmente à pobreza e à violência letal, são aqui problematizadas. Leia o artigo na íntegra. Fonte: Revista da ABPN, v. 12, n. 31, dez 2019–fev 2020.
Projeto angolano escolhido por Lisboa para construir memorial da escravatura
O projeto “Plantação — Prosperidade e Pesadelo”, do artista angolano Kiluanji Kia Henda, foi o escolhido para a construção de um memorial da escravatura e centro interpretativo junto ao Campo das Cebolas, em Lisboa, foi hoje anunciado. “Que seja mais do que um antídoto contra amnésia coletiva. Confesso que foi meio bizarro, pensar em celebrar mais essa conquista na minha carreira artística, pois este memorial pretende representar o luto e o sofrimento, de uma das piores tragédias da humanidade”, afirmou Henda. O projeto irá partir da representação de uma plantação da matéria-prima que esteve na origem do tráfico de pessoas escravizadas: a cana-de-açúcar, o chamado ouro branco. Leia a matéria completa. Fonte: Plataforma Media.
[EUA] Alerta! Um novo golpe contra Mumia Abu-Jamal!
A Suprema Corte da Pensilvânia assume o controle do caso de Mumia Abu-Jamal. Esta é sua resposta à petição para “alívio extraordinário” apresentada por Maureen Faulkner e a Ordem Fraternal da Polícia (FOP) o ano passado para bloquear as apelações de Mumia. Na segunda-feira (27/02), a Suprema Corte do estado da Pensilvânia, um bastião direitista de racismo e corrupção, anunciou que designaria um ‘mestre especial’ para investigar se o Promotor progressista Larry Krasner tem um conflito de interesses no exercício do caso. Um porta-voz disse que a decisão final sobre o fundo da petição seria deferida até receber as recomendações do mestre. Leia a matéria completa. Fonte: Agência de Notícias Anarquistas.
Silvia Federici: “O feminismo é a ponta de lança de uma insurgência internacional”
Por Victoria Furtado e Mariana Menéndez – Enquanto muitas partes do mundo se preparam para a quarta greve feminista em centenas de reuniões, atividades e assembleias, escutar a escritora italo-estadounidense Silvia Federici é inspirador. Num momento ímpar de sua caminhada pelo mundo, compartilhando chaves e espalhando força, Federici nos recebeu na sua casa em Nova York para conversar sobra as lutas feministas atuais, as revoltas populares dos últimos meses, as tensões do feminismo com a esquerda e pontos de destaques do seu último livro em versão inglesa “Além da periferia da pele: repensando, refazendo e recuperando o corpo no capitalismo contemporâneo”. Leia o artigo na íntegra. Fonte: Catarinas.
Tempo de Cuidar – O trabalho de cuidado mal remunerado e não pago e a crise global da desigualdade
Oxfam – O relatório Tempo de Cuidar apresentado pela Oxfam na véspera do Fórum Econômico Mundial de Davos é a história de dois extremos: uns extremos que convivem juntos, não em diferentes países ou diferentes regiões, mas sim, literalmente juntos, um ao lado do outro, em diferentes vizinhanças das mesmas metrópoles mundiais. Uma minoria que vê como se consolida sua fortuna e poder econômico, e milhões de pessoas que não vem que seus esforços estejam adequadamente recompensados. Com esse relatório, a Oxfam queria voltar a colocar a dignidade do trabalho no centro: frente a tudo, o invisível e o não reconhecido, levado a cabo por mulheres em todo o mundo e em nosso país. Um trabalho que damos por garantido e que tem um valor econômico que deveríamos aprender a reconhecer: as mulheres no mundo dedicam 12.500 milhões de horas ao trabalho de cuidado não remunerado todos os dias. Uma contribuição à economia global que vale pelo menos 10,8 bilhões de dólares ao ano (três vezes o valor do mercado global de bens e serviços tecnológicos) e que, em vez de determinar sua valorização, é um fator potencial de cair ou permanecer na pobreza. No mundo, 42% das mulheres não podem trabalhar porque tem que cuidar de membros da família como pessoas anciãs, crianças, pessoas com diversidades múltiplas; e somente 6% dos homens estão na mesma situação. Leia o relatório na íntegra. Fonte: Oxfam Brasil.
O pensamento gramsciano diante da mudança social contemporânea
“Pensar a mudança social passa pela compreensão do valor central do considerado até agora como marginal: o “proletariado sem consciência” que vive nas periferias urbanas dos países europeus. Nessa plebe precária da periferia está a nova questão meridional”, escreve Eddy Sánchez Iglesias, da Universidade Complutense de Madrid, em artigo publicado por Ctxt, 23-02-2020. A tradução é do Cepat. “O legado de Antonio Gramsci tem sido reivindicado, a partir de posições políticas heterogêneas, por diversos movimentos de mudança social nas últimas quatro décadas. Nesse contexto, qual seria o núcleo básico que o pensamento desse autor oferece para o debate da mudança na sociedade contemporânea? a análise teórica para Antonio Gramsci é posta a serviço da ação política concreta que permite captar, a cada momento, o problema central e atuar em consequência. Algo que ele mesmo define em termos militares como a necessidade de passar para a “guerra de posições” como uma alternativa à “guerra de movimentos”. Existe, portanto, uma linha de ação principal em cada momento, e essa linha é especificada nos “Cadernos do cárcere” (1929-1937)”. Leia o artigo na íntegra. Fonte: Instituto Humanitas Unisinos.
EXPEDIENTE
MÍDIA NEGRA E FEMINISTA
Boletim Eletrônico Nacional
Periodicidade: Mensal
EDITOR
Valdisio Fernandes
EQUIPE
Aderaldo Gil, Allan Oliveira, Aline Alsan, Atillas Lopes, Ciro Fernandes, Enoque Matos, Eva Bahia, Guilherme Silva, Graça Terra Nova, Kenia Bandeira, Keu Sousa, Josy Andrade, Josy Azeviche, Lúcia Vasconcelos, Luciene Lacerda, Lucinea Gomes de Jesus, Luiz Felipe de Carvalho, Luiz Fernandes, Marcele do Valle, Marcos Mendes, Mariana Reis, Mônica Lins, Ricardo Oliveira, Ronaldo Oliveira, Silvanei Oliveira.
Colaboradores: Jonaire Mendonça e Erica Larusa