Por Ben-Hur Correia e Winne Fernandes
Advogadas, psicólogas e assistentes sociais viram ‘Justiceiras’ para ajudar mulheres vítimas de violência doméstica. Programa recebe denúncias e faz acolhimento pelo WhatsApp.
Um grupo de três mil advogadas, psicólogas, médicas e assistentes sociais criou em março o Projeto Justiceiras, de apoio voluntário a mulheres vítimas de violência doméstica. Desde então, já foram quase 400 acolhimentos.
Um grupo de três mil advogadas, psicólogas, médicas e assistentes sociais criou em março o Projeto Justiceiras, de apoio voluntário a mulheres vítimas de violência doméstica. Desde então, já foram quase 400 acolhimentos.
Pelo WhatsApp (11) 996391212 ou pelo site https://justiceiras.org.br/, mulheres podem pedir ajuda.
A psicóloga voluntária Daniele Brauer explica o que acontece depois:
“Entram para atender essa mulher a psicóloga, a advogada e a assistente social. Todas nós vamos ao mesmo tempo cuidar dessa mulher. E é no tempo dela”.
“É um trabalho essencial porque a mulher fica à vontade, fica confortável, com todo o acesso a nós, voluntárias. E ela faz tudo a seu tempo, de acordo com a sua vontade”, emendou a advogada voluntária Sabrina Campos.
São vítimas que têm a vida em risco e nem sempre sabem como pedir ajuda.
“Desde o início do meu casamento sofro com violência moral, psicológica, emocional, física, ao ponto de chegar a parar num hospital. E ficar inconsciente e ser ajudada na rua”, contou uma acolhida. Ela recebeu orientações para conseguir uma medida restritiva contra o marido.
Outra vítima conta as dificuldades para encontrar apoio.
“Quando fui agredida, entrei em contato com a polícia, e eles falaram que eu deveria fazer um registro on-line por conta da pandemia. Eu tentei duas delegacias da mulher, e nem me deixaram entrar. Foi aí que em um aplicativo eu vi o SOS Justiceiras”, contou.
O Justiceiras é uma iniciativa liderada pelos institutos Bem-Querer, Justiça de Saia e Nelson Willians.
A cada dia, 351 agredidas
O Instituto de Segurança Pública (ISP-RJ) lança na próxima quinta-feira (27) o Dossiê Mulher 2020, com dados do ano passado.
Em 2019, segundo o ISP, 128.322 mulheres foram vítimas de algum tipo de agressão no RJ — ou 351 por dia.
Ainda de acordo com o ISP, de 13 de março a 31 de julho deste ano, na pandemia, o registro de mulheres agredidas dentro de casa foi seis pontos percentuais maior do que no ano passado.
Também na pandemia, o registro de violência sexual foi 8% maior, segundo o ISP.