Beatriz Leonor Silveira Barbuy, Gulnar Azevedo e Silva e Nilma Lino Gomes são as agraciadas desta edição. Cerimônia virtual de entrega será no dia 11 de fevereiro, no “Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência”

A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) anuncia as vencedoras da 3ª edição do Prêmio “Carolina Bori Ciência & Mulher”, que nesta edição premia “Mulheres cientistas”, categoria dedicada às pesquisadoras de instituições nacionais que tenham prestado relevantes contribuições à ciência e à gestão científica, além de terem realizado ações em prol da ciência e da tecnologia nacional. Nilma Lino Gomes, professora titular emérita da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), foi a vencedora na área de Humanidades; Gulnar Azevedo e Silva, professora titular do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), na área de Biológicas e Saúde; e Beatriz Leonor Silveira Barbuy, professora titular do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP), na área de Engenharias, Exatas e Ciências da Terra.

A cerimônia de premiação, que nesse ano será novamente virtual, será realizada no dia 11 de fevereiro, com transmissão pelo canal da SBPC no YouTube, às 10h30. A data do evento foi escolhida em celebração ao Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, instituído pela Unesco.

O 3º Prêmio “Carolina Bori Ciência & Mulher” recebeu indicações de 35 Sociedades Afiliadas à SBPC. Do total de indicadas, 11 foram na área de Humanidades, 11 na área de Biológicas e Saúde e 13 de Engenharias, Exatas e Ciência da Terra. Das 35 Sociedades Afiliadas que indicaram, 16 contam com presidentes mulheres.

A vice-presidente da SBPC, Fernanda Sobral, destaca a adesão das Sociedades Afiliadas, principalmente, das que contam com presidentes mulheres. Ela também ressalta “a dificuldade da comissão de avaliação em selecionar as premiadas diante de várias mulheres dando excelentes contribuições à ciência nas diferentes áreas de conhecimento e, ao mesmo tempo, a grande alegria dessa constatação”.

Já o presidente da SBPC, Renato Janine Ribeiro, comemora o reconhecimento das mulheres na ciência, mas reforça que ainda é preciso aumentar a diversidade reconhecendo cientistas indígenas e negros. “A SBPC fica muito feliz de ver o aumento do reconhecimento da participação das mulheres na ciência. Claro que isso não é de hoje, já que temos grandes exemplos como Marie Curie e Joanna Döbereiner, mas que muitas vezes foram diminuídos. E é isso que nós queremos mudar. Queremos que todas as pessoas que têm talento, vocação e capacidade participem da ciência. E é isso o que estamos fazendo com o Prêmio Carolina Bori. Nós temos agora de aumentar também a participação de negros e indígenas na ciência. Esse passo deve ser dado, não só para que essas pessoas realizem suas vocações, ou por justiça social, mas porque ainda temos muitos talentos não sendo utilizados. Mudar este perfil de sociedade, dar espaço para mais vozes é talvez uma das principais tarefas do mundo da ciência”, afirma.

Após um processo de nominação, a comissão julgadora se reuniu no dia 16 de dezembro para deliberar e selecionar as vencedoras por área dessa terceira edição do prêmio.

Além da vice-presidente da SBPC, Fernanda Sobral, e da diretora da entidade, Miriam Grossi, compuseram essa comissão: Vanderlan da Silva Bolzani, professora titular do IQAr-Unesp, presidente da Academia de Ciências do Estado de SP; Lucile Maria Floeter Winter, presidente da Sociedade Brasileira de Protozoologia; Valderez Pinto Ferreira, presidente da Sociedade Brasileira de Geoquímica; e Debora Foguel, professora titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro e membro do Conselho da SBPC.

Essa 3ª edição do Prêmio “Carolina Bori Ciência & Mulher”, conta com o patrocínio da farmacêutica Allergan Aesthetics, uma empresa AbbVie, e da Oxíteno.

Homenagem às cientistas brasileiras

Criado em 2019, o Prêmio “Carolina Bori Ciência & Mulher” é uma homenagem da SBPC às cientistas brasileiras destacadas e às futuras cientistas brasileiras de notório talento, que leva o nome de sua primeira presidente mulher, Carolina Martuscelli Bori. A SBPC — que já teve três mulheres presidentes e hoje a maioria da diretoria é feminina — criou essa premiação por acreditar que homenagear as cientistas brasileiras e incentivar as meninas a se interessarem por este universo é uma ação marcante de sua trajetória histórica, em que tantas mulheres foram protagonistas do trabalho e de anos de lutas e sucesso na maior sociedade científica do País e da América do Sul.

A cerimônia de premiação ocorre anualmente, alternando duas categorias — “Mulheres Cientistas” e “Meninas na Ciência” — durante o Simpósio Mulheres e Meninas na Ciência, a ser realizado em 11 de fevereiro, em celebração ao Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, instituído pela Unesco.

Confira abaixo a lista das premiadas da 3ª Edição do Prêmio “Carolina Bori Ciência & Mulher” – Mulheres Cientistas:

VENCEDORA EM HUMANIDADES

Nilma Lino Gomes (indicada pela Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação-Anped)

Doutora em Antropologia Social/USP e pós-doutora em Sociologia/Universidade de Coimbra e em Educação pela UFSCar. Professora titular emérita da Faculdade de Educação da UFMG, integra o corpo docente permanente da pós-graduação em Educação, Conhecimento e Inclusão Social -FAE/UFMG. Foi coordenadora geral do Programa de Ensino, Pesquisa e Extensão de Ações Afirmativas na UFMG (2002 a 2013) e, atualmente, integra a equipe de pesquisadores desse Programa. Integrou a Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (gestão 2010 a 2014). Foi reitora Pró-Tempore da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira – UNILAB (2013-2014). Foi ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial -SEPPIR – (2015) e do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial, da Juventude e dos Direitos Humanos (2015-2016) do governo da presidenta Dilma Rousseff.

VENCEDORA NA ÁREA DE BIOLÓGICAS E SAÚDE

Gulnar Azevedo e Silva (Indicada pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva – Abrasco)

Graduada em Medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), mestre em Saúde Coletiva (UERJ) e doutora em Medicina Preventiva (USP), é professora titular do Instituto de Medicina Social da UERJ. Desenvolve pesquisas em epidemiologia de doenças crônicas com ênfase na prevenção e controle de câncer. Foi presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva de agosto de 2018 a julho de 2021. Entre 2003 e 2007 foi coordenadora de prevenção do INCA.

VENCEDORA NA ÁREA DE ENGENHARIAS, EXATAS E CIÊNCIAS DA TERRA

Beatriz Leonor Silveira Barbuy (Indicada pela Sociedade Astronômica Brasileira)

Possui graduação em Bacharelado em Física pelo Instituto de Física da Universidade de São Paulo (1972). Atualmente é professora titular do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo, atuando principalmente nos temas de espectroscopia, diagrama cor magnitude, aglomerados globulares, síntese de populações e evolução estelar.

 

Fonte: Jornal da Ciência / SBPC.

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